Novatos ou experientes, os parlamentares devem ser bem escolhidos, avisam especialistas. São eles, por exemplo, os responsáveis por propor, alterar e votar leis. Além de apreciar projetos oriundos do Executivo – com poder, inclusive, para vetá-los.

Diferentemente das eleições majoritárias, nas quais vence quem obtiver mais de 50% dos votos válidos, as eleições para deputados são chamadas de proporcionais porque dependem de um cálculo complexo que envolve a somatória de votos válidos dividida pelo número de cadeiras da Casa legislativa (Assembleia ou Câmara Federal).

O cientista político Sérgio Gadelha, da UFMG, alerta para as armadilhas dos puxadores de votos e das regras que estabelecem cadeiras para os partidos.

“O sistema obriga o eleitor a olhar não o seu deputado preferido, mas se o partido terá capilaridade para atingir os votos mínimos. Houve mudanças nas regras eleitorais, agora passaram a exigir que o candidato tenha 10% do coeficiente eleitoral para ser eleito, o que é um rigor a mais. Mesmo assim, os ‘candidatos-celebridade’, que recebem milhares de votos, ainda podem puxar outros que atingiram apenas o mínimo. Por isso, não recomendo o voto de legenda para o Legislativo”, diz.

Disputa maior

Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), os registros de candidaturas para deputados estaduais e federais em Minas são os que mais cresceram no Estado desde o início da coleta de dados, em 1994. Neste ano, 1.391 candidatos disputam uma das 77 cadeiras da Assembleia, enquanto 932 pleiteiam uma das 53 vagas de Minas na Câmara Federal.

Apesar da alta concorrência, o cientista político Eduardo Coutinho avalia que haverá baixa renovação das casas legislativas. Para ele, mesmo com mudanças radicais, como o fim do financiamento privado de campanha e restrições para publicidade nas ruas, cerca de 85% dos deputados devem se reeleger devido à propaganda de TV.

Fonte:https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-plano/minas-tem-recorde-de-candidaturas-a-deputado-mas-renova%C3%A7%C3%A3o-deve-ser-baixa-1.661556