Estelionatários são presos quando colocavam as mãos em 10 milhões de reais

Três suspeitos de estelionato envolvidos com a venda de imóveis em área nobre da região da Pampulha, em Belo Horizonte, foram presos em flagrante, no início da noite de ontem (23), pela Polícia Civil de Minas Gerais, enquanto formalizavam uma das vendas. Ronaldo Vidal, 62 anos, Nedir Rocha dos Anjos, de 44, e Wanderson Rodrigues da Silva, de 45, se passavam por corretores e negociavam partes de um terreno avaliado em mais de R$ 10 milhões, no bairro Braúnas.

De acordo com a delegada de polícia Roberta Sodré, os estelionatários fizeram uma espécie de loteamento da área, que tem 32 mil metros quadrados e está em litígio judicial, portanto, não pode ser vendida. A parte que estava sendo negociada pelos falsos corretores, no momento do flagrante, era de um mil metros quadrados, no valor de R$ 230 mil, bem abaixo da avaliação de mercado, estimada em R$ 800 mil.

O trio foi preso em flagrante pela tentativa de estelionato e exercício irregular da profissão, uma vez que eles não têm registro nos órgãos regulares de corretagem de imóvel. O delegado de polícia Marcelo Mandel, que também acompanha o caso, acredita que outras pessoas podem ter sido vítimas do golpe e orienta que procurem uma delegacia de Polícia Civil para o registro da ocorrência. As investigações continuam para apurar se há envolvimento de outros participantes na fraude.

Entenda o caso

Segundo Roberta Sodré, no imóvel que estava sendo negociado há uma pendência judicial, uma vez que há duas escrituras, com propriedades distintas. O interessado que tem a documentação mais antiga pintou nos muros do terreno o número do telefone dele, com receio de que alguém pudesse ter interesse em alienar o imóvel. “Recentemente, ele nos procurou e contou que recebeu várias ligações, nos últimos dias, de pessoas falando que viram anúncio de venda e compareceram até o lugar na companhia dos investigados. Diante disso, resolveu fazer o registro da ocorrência”, conta a delegada.

Na terça-feira (22), um dos interessados na compra do imóvel entrou em contato pelo número anunciado na propriedade e os dois compareceram à Delegacia de Polícia. “A vítima chegou a ir na imobiliária, já acertando detalhes de compra e venda. Orientamos a continuar com as negociações iniciadas e a acompanhamos na assinatura do contrato.  Quando chegou ao local e assinou o documento, com um dos conduzidos como testemunha, os policiais adentraram e efetuaram a prisão dos três envolvidos”, detalha.

De acordo com a delegada, os acusados disseram que não houve recebimento de nenhum valor e, ainda, que o proprietário do imóvel teria pedido que fosse feita a venda, mas não foi deixada nenhuma documentação. “Eles alegaram que os documentos só seriam entregues após a assinatura do contrato e pagamento da entrada. Isso é o que levou à desconfiança”.

Apesar de a vítima que procurou a polícia não ter passado nenhuma quantia em dinheiro, ela quis dar um sinal para garantir a compra, mas os falsos corretores não aceitaram. “Imaginamos que eles tinham interesse, de fato, em um valor maior, até porque teriam que apresentar documentação e assinar contrato, o que não tinham como ser feito, por ser uma farsa”, observa Roberta Sodré.

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FONTE:SISTEMA MPA

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