A CACHAÇA DE MINAS
POR JOSÉ GERALDO ESTEVAM
Minas não é somente queijo!
Mineiro não fala apenas uai, sô!
Minas não é somente ‘interiô’!
Mineiro não é apenas ‘caladão’!
Minas não é somente um ‘trem bão’!
Mineiro não é somente “cheio de graça’!
Minas também é uma boa cachaça!
Centenas de nomes, Brasil afora,
Em Minas, segue a mesma linha…
De ‘marvada’ a veneno, goró e caninha;
Assovio-de-cobra, danada e o famoso ‘mé’;
Xarope, remédio, cura-tudo e até igarapé…
Cobertor-de-pobre, brava e limpa-goela,
O cheiro inebria, seja branca ou amarela!
Entre tantos nomes, água é que não falta!
É água-de-setembro a água-pé e água-lisa,
Água-pra-tudo, água-bórica e água-de-briga…
Água-que-passarinho-não-bebe, água-benta,
Água-bruta, água-de-cana e água-branca…
Nenhuma, porém, substitui a clássica pinga,
Nem mesmo a forra-peito ou a típica birita!
Minas é sinônimo de cachaça boa!
Para mineiro, o último gole é sempre do ‘santo’!
Costume repetido na cidade ou no campo;
Para mineiro, cachaça é sempre artesanal,
Feita em alambique, totalmente natural…
Para mineiro, cachaça tem sabor diferenciado
Não se confunde com uísque ou outro destilado!
A cachaça faz parte da cultura de Minas!
Nos alambiques, em cada canto das Gerais,
Desde que não seja consumida demais,
Ela é a alegria de quem aprecia esta bebida…
Não importa o nome ou onde é produzida,
Se a Vale Verde de Betim ou Dona Beja de Araxá,
Ou mesmo de Alfenas, a Autêntica-Se-Sobrá!
Quem viaja pelas terras mineiras,
Encontrará a Providência em Buenópolis,
A Famosinha de Minas em Papagaios,
Bem como em Januária a Insinuante…
Mas, no Norte entre Salinas e Novorizonte
Lambuzar-se-á com a Meia Lua e a Havana,
E com tantas outras como a Sabor de Cana!